Um dos meus livros favoritos sobre diferenças culturais, The Cultural Map, da professora do INSEAD, Erin Meyer, é um livro útil não apenas para quem vive no exterior, mas também - e talvez ainda mais - para pessoas que trabalham em equipes multiculturais.
O livro oferece oito escalas culturais comparativas sobre temas como comunicação, construção de confiança, dar feedback, persuadir e discordar. Para a “tomada de decisões”, por exemplo, a escala vai de “consensual” (onde há países como o Japão ou a Holanda) a “de cima para baixo” (onde se encontram a China e a Índia).
Em cada tópico, a autora mapeia as diferenças entre as culturas de uma forma às vezes anedótica, mas sempre divertida. Claro que existe a história de um brasileiro que chegou “educadamente” meia hora atrasado à casa do chefe para um jantar de equipe. Mas o melhor assunto, para mim, foi o de feedback. Não dá pra não rir com “o estilo de avaliação francês é direto, com feedback franco e honesto, sem elogios” e lembrar algumas das coisas que ouviu dos chefes franceses (e como se sentiu na época).
Uma das melhores passagens do livro pra mim foi “Falando francamente: um presente ou um tapa na cara?”. Dweck conta a história do executivo holandês que deu um feedback franco – mas muito duro – a um colega holandês, expondo as fraquezas do homem na frente de um grupo de outros executivos. Embora os americanos tenham ficado chocados e considerado inapropriado, o holandês que recebeu o feedback apreciou o fato de o colega ter sido tão honesto e transparente: “Um feedback como esse é um presente”.
É claro que cada indivíduo é único e haverá exceções a qualquer generalização cultural. Mas entender as diferentes culturas sem dúvida melhora a forma como trabalhamos e nos relacionamos em equipas globais. Como você pode ver pela foto, meu livro está bastante desgastado, considerando quantas vezes voltei nele pra aprender mais um pouquinho.
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