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Sociedade do Cansaço - Byung-Chul Han

fernandamschmid

Atualizado: 18 de out. de 2024

Quando foi seu último burnout?

É só começar a falar de trabalho, e não demora para esse tema aparecer. 


Acho ótimo que o assunto esteja em pauta. A conscientização é o primeiro passo para que as pessoas busquem ajuda e evitem chegar a esse ponto. 


Mas fico também assustada com a banalização de algo tão grave. O burnout não é só “estar cansado” ou “estressado”. Trata-se de um estado de completa exaustão física, mental e emocional, que pode comprometer não apenas o desempenho profissional, mas também a qualidade de vida no geral.


Geralmente, a culpa é atribuída ao excesso de responsabilidades, à pressão por resultados ou aos ambientes de trabalho tóxicos. E sem dúvida, existem líderes e empresas que não priorizam o bem-estar de suas equipes - não é à toa que o burnout é classificado como doença ocupacional. 


Mas lendo “Sociedade do Cansaço”, de Byung-Chul Han, achei interessante a perspectiva que ele traz para essa discussão, deslocando o foco da responsabilidade: dos outros, para nós mesmos. 


Segundo Han, o burnout é a “consequência patológica de uma autoexploração”. 


Vivemos em uma “sociedade do desempenho”, na qual nós mesmos nos impomos metas, querendo ter e ser mais. 


É o paradoxo do "empoderamento" contemporâneo: somos livres, sim, mas livres para nos esgotar. Trabalhamos até a exaustão atrás de um resultado que nunca é suficiente. Não importa quão longe já conseguimos chegar - queremos mais. Uma busca sem fim por sucesso, conquistas e validação externa.  


E o que resta desse ciclo? Isolamento, a incapacidade de relaxar, e a sensação de que estamos sempre correndo atrás de algo inalcançável — como um hamster que corre em sua roda, sem nunca sair do lugar.


Mas será que precisamos seguir esse caminho?

Ou podemos mudar a nossa definição de sucesso? Talvez cultivar o autocuidado, e encontrar um balanço entre ambição e bem-estar? Entre a obrigação auto-imposta de alcançar algo e a verdadeira motivação pelo autodesenvolvimento? Entre TER e SER?

Essa leitura (bastante filosófica) nos convida a repensar o que verdadeiramente importa e, quem sabe, a buscar um caminho onde a realização pessoal e o auto-cuidado caminhem lado a lado. 



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©2024 por Fernanda M Schmid

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