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Para Educar Crianças Feministas - Chimananda Ngozi Adichie

fernandamschmid

Atualizado: 30 de abr. de 2024

“Aí, a Branca de Neve jogou todas as maçãs no dragão.”




Toda noite, para colocar a minha pequena pra dormir, conto uma história. Geralmente começa com a princesa dançando ballet com a Barbie, ficando bem cansada, aí jantando tudinho, tomando um banho bem gostoso e um depois um “gutchi” para dormir. A história vai sendo interrompida e novos personagens - da Patrulha Canina ao monstro verde gigante - vão aparecendo e sendo incorporados, numa constante tentativa da mamãe aqui de chegar à hora que estavam todos com muito, muito, muuuuuuuuito soninho.


Pois bem, ontem apareceu um dragão no castelo onde as princesas estavam brincando. Mas não foi o príncipe que mandou o dragão embora. Foi a Branca de Neve que jogou “todas” as maçãs no dragão, e aí, a Let it Go congelou ele, e aí, a Fada Madrinha falou “salakadula”, e aí, e o dragão virou um gatinho bem bonzinho. Quase chorei.


Lembrei (e resolvi reler) esse livro-manifesto da Chimananda (meu crush intelectual), no qual ela traz várias sugestões “Para Educar Crianças Feministas”. Algumas das que eu mais gostei: continue trabalhando, se isso te faz uma pessoa completa. Divida as responsabilidades com o pai - ele só não consegue amamentar. Quebre estereótipos e papéis de gênero. Ensine seus filhos a gostar de ler.


Em uma das dicas, ela fala sobre linguagem, e sobre não chamar a sua filha de “princesa”, porque a palavra vem “carregada de pressupostos sobre a sua fragilidade”. Tendo a concordar. Mas morri de orgulho da minha “princesa”, que adora rosa, vestidos, sapatos, bolsas, e batom (nada disso ela aprendeu comigo), mas que sabe que a princesa também pode se defender do dragão, sem precisar de nenhum príncipe para salvá-la.


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©2024 por Fernanda M Schmid

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