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O Andar do Bêbado - Leonard Mlodinow

fernandamschmid

Atualizado: 10 de mai. de 2024

A probabilidade de você precisar entender de estatística no trabalho ou na vida pessoal é de 68,5%.  


Desvio padrão, variância, coeficiente de correlação, curva normal. Lembro que quando terminei STAT 3, achei que estaria livre desses termos para sempre. Até que, ainda no estágio, precisei fazer minha primeira análise Nielsen, e lá estava eu tentando entender se aquele crescimento de mercado era real ou estava dentro da margem de erro.   


“O Andar do Bêbado”, de Leonard Mlodinow, certamente é um livro que teria feito minha vida mais fácil na faculdade. Com exemplos que vão do cinema e ao esporte, ele explica conceitos de estatística e probabilidade não só usando uma linguagem acessível, mas o mais legal: contando histórias.


Uma delas: quando saiu a primeira versão da função “shuffle” no iPod (em que as músicas deveriam tocar de forma aleatória), uma das principais reclamações era que às vezes tocavam três músicas seguidas da mesma banda. A Apple precisou então reprogramar o processo de seleção das músicas, para que, não sendo aleatório, parecesse aleatório para quem estava ouvindo. O ensinamento estatístico? Um processo aleatório não necessariamente gera resultados aleatórios.


 Ou então: sabe quando você tem uma experiência ruim em um restaurante, comenta com um amigo e ele também teve? Pronto. É o suficiente para vocês chegarem à conclusão de que o serviço desse restaurante é ruim. Qual o problema? Duas pessoas não é exatamente uma amostra grande o suficiente (ou “estatisticamente relevante”) para chegar a uma conclusão. 


A mente humana foi construída para identificar padrões, para encontrar uma causa para cada acontecimento. Nosso cérebro não está bem preparado pra lidar com situações nas quais não haja causa/efeito. Procuramos ordem onde há apenas o caos ou o acaso (vai ver naquela semana muitos funcionários faltaram ao trabalho no restaurante?). E isso nos leva a erros de julgamento. 

 

O autor trata ainda de conceitos como efeito borboleta, regressão à média, teste de significância, aleatoriedade - tudo para reforçar como é importante colocar uma dose de pensamento crítico e matemático para “nos imunizar” contra os erros dos nossos vieses e da nossa intuição. E também nos proteger de quem quer manipular a nossa atenção, com estatísticas inventadas como a que eu coloquei lá em cima. 


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©2024 por Fernanda M Schmid

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