Daniel Goleman é considerado por muitos como o “pai” da Inteligência Emocional - certamente, por conta de seu livro, best-seller publicado em 1995 e com mais de 5 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.
O que nem todo mundo sabe é que não foi ele quem criou esse conceito. No próprio livro, ele conta que se baseou muito no trabalho de dois outros pesquisadores, Peter Salovey e John Mayer. Isso, é claro, não diminui a importância do livro de Goleman, que rompeu as barreiras do meio acadêmico e popularizou a expressão no meio corporativo.
No livro, Goleman explora diversos aspectos das emoções: desde a sua função evolutiva (nos ajudando a reagir rapidamente a situações de perigo) até como o nosso “cérebro emocional” (sistema límbico) frequentemente toma decisões antes do cérebro racional (córtex pré-frontal).
De forma super didática (apesar do livro em inglês ter um vocabulário bastante denso), o autor descreve o que ele considera os cinco pilares da inteligência emocional:
- AUTOCONSCIÊNCIA: a capacidade de reconhecer e nomear as próprias emoções
- AUTOREGULAÇÃO: saber controlar reações emocionais
- AUTOMOTIVAÇÃO: conseguir canalizar emoções para atingir objetivos
- EMPATIA: compreender as emoções dos outros
- HABILIDADES SOCIAIS: saber se relacionar de forma eficaz
O que eu mais gostei no livro é que ele traz diversos estudos de neurociência e psicologia para fundamentar os conceitos apresentados (citando Howard Gardner, Mihaly Csikzentmihalyi, Martin Seligman, John Caccioppo, paul Ekman, entre outros). Inclusive, se você leu “Mindset” (da Carol Dweck) ou “Garra”, da Angela Duckworth, vai perceber que as bases do que elas falam já estavam presentes (ainda que com outros nomes) nesse clássico da psicologia.
O que menos gostei? Com exceção dos capítulos finais, onde ele fala sobre janelas de oportunidade e traz de forma bem clara ideias e programas de como desenvolver inteligência emocional em crianças, no restante do livro as explicações são mais teóricas e menos práticas. Vale como uma leitura inicial para aprender sobre o assunto, mas insuficiente para quem precisa mudar de fato algum comportamento.
PS: É comum atribuírem a Goleman a afirmação de que “Inteligência Emocional importa mais do que QI”. Terminei recentemente um curso dele, e ele é enfático em dizer que é só ler com atenção o subtítulo do livro que você percebe que ela PODE importar mais do que QI - mas que isso depende, é claro, da função e do momento da carreira de cada um. E que, além do QI e do “QE”, diversos outros aspectos determinam o sucesso de uma pessoa: da classe social até a pura sorte.
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