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Comecei o Indistraível, de Nir Eyal, esperando um “manual” de dicas de como fugir das distrações que temos o tempo todo disponíveis no celular.
Afinal, o autor escreveu também Hooked, o best-seller que ensina todos os hacks e truques psicológicos para deixar as pessoas mais engajadas - e viciadas - em games e aplicativos. Quem melhor que o autor da receita para dar o antídoto?
De fato, o livro traz dicas práticas de como lidar com os gatilhos externos que interrompem nossa concentração e nos mantém constantemente distraídos. Por exemplo, limitar o tempo de acesso a redes sociais, desativar as notificações e colocar o celular em modo “não perturbe”.
Mas o livro surpreende na forma com que trata dos “gatilhos internos” - os sentimentos de tédio, estresse ou ansiedade, que nos fazem querer fugir da realidade e buscar uma distração.
Segundo o autor, o desejo de aliviar o desconforto é a causa de todo comportamento. Nosso cérebro evoluiu para permanecer em estado de constante insatisfação - evitamos o tédio, lembramos mais dos momentos ruins do que dos bons, temos uma tendência a ruminar as experiências passadas e - quando finalmente estamos satisfeitos com alguma coisa - vem a tal “adaptação hedônica” e voltamos aos nosso nível inicial de satisfação.
Essa nossa caraterística, claro, foi responsável pela evolução da nossa espécie - ela nos levava a caçar ou buscar novas formas de sobreviver.
Já hoje, com as nossas necessidades básicas bem atendidas, essa insatisfação nos leva a buscar mais a mais distrações, qualquer coisa que nos tire desse desconforto.
A solução do autor? Lidar com as distrações de dentro para fora.
Com técnicas como “terapia de aceitação e compromisso” (ACT, em inglês), aprender a perceber os gatilhos internos, as sensações e emoções, e observar em vez de reagir. E assim, retomar o controle da nossa atenção e de como usamos o nosso tempo.
Talvez o autor coloque responsabilidade demais nas nossas mãos? Talvez. Mas a leitura (desde que com o celular em modo avião) já é um passo na direção certa.
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