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Todo mundo tem um “tio” - de sangue ou consideração - que, no que pareceu ser de uma dia pro outro, começou a acreditar em teorias da conspiração, ser anti-vacinas ou achar que a terra é plana.
O que leva alguém - até então aparentemente racional - a acreditar em fake news e teorias da conspiração? Esse é o tema do livro Desinformação, do professor de Psicologia e Economia Comportamental Dan Ariely (muito conhecido pelo livro Previsivelmente Irracional).
É fácil colocar uma primeira culpa nas redes sociais (e sim, elas têm um poder amplificador). Mas nesse livro, Ariely investiga a psicologia humana, mostrando como nossas emoções, vieses cognitivos e até nossa personalidade podem nos conduzir pelo que ele chama de “Funil da Desinformação”.
O funil tem quatro etapas:
1- EMOCIONAL - Estresse e busca por controle: Quando enfrenta incerteza, a pessoa sente uma necessidade urgente de entender o que está acontecendo. Com isso, cria histórias (muitas vezes falsas) para dar sentido ao caos e busca culpados. Isso aumenta a sensação de controle e compreensão.
2- COGNITIVO - Busca enviesada e raciocínio motivado: Em vez de investigar diferentes perspectivas, a pessoa busca informações que confirmem o que já acredita, ignorando informações diferentes e distorcendo a realidade para manter a ilusão de que está certa. Para piorar: se ela expressa publicamente suas crenças - seja em redes sociais ou no jantar de família - ela entra numa “escalada de compromisso”, ficando cada vez mais apegados a elas.
3- PERSONALIDADE: Algumas pessoas têm maior predisposição para entrar nesse funil; por exemplo, pessoas com tendência a confiar demais nas suas intuições, que vêem padrões onde eles não existem, e com vieses cognitivos, como confundir correlação com relação causal, ou achar que dois eventos acontecerem é mais provável do que só um deles (a falácia da conjunção).
4 - SOCIAL - As forças sociais estão presentes desde o início, do funil, mas vão aumentando seu poder de influência conforme a pessoa vai se afastando do convívio com familiares e amigos que não acreditam nas mesmas coisas, e conhecendo e se relacionando (ainda que virtualmente) com outros que compartilham de suas crenças.
O livro foca bastante no COVID-19, e nos ataques que o próprio Dan Ariely viveu ao se descobrir, em diversos vídeos e matérias fake, como um dos “líderes” criadores de toda a trama para espalhar o vírus e reduzir a população mundial.
Vale a leitura! Ou quem sabe recomendar o livro pro tal “tio”?
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