“Acredite, você não quer estar numa empresa onde exista mais sinceridade nos corredores do que nas salas onde as ideias ou assuntos mais fundamentais estão sendo discutidos.”
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Das muitas lições que o livro Criatividade S.A. traz, essa é uma das mais fortes. Poucas vezes vi um livro de negócios sendo tão preciso na importância da transparência e da honestidade para gestão de uma empresa.
A obra é uma espécie de autobiografia de Ed Catmull, um dos fundadores da Pixar e atual Presidente da Pixar Animation e Disney Animation. E sim, ele fala bastante também de outras ferramentas e princípios que fizeram da Pixar o sucesso que todos conhecemos - como colocar a história sempre em primeiro lugar (“Story is King!”) e prezar pela absoluta excelência. Mas a grande reflexão que o livro me deixou foi sobre a importância da franqueza para criar um ambiente de trabalho que fomente a criatividade e a resolução de problemas.
Tem um capítulo inteiro só sobre Franqueza e da Honestidade. Quem nunca esteve em um ambiente que desencoraja as pessoas a falarem a verdade para aqueles em posições hierarquicamente mais altas? Ou que não falou o que pensava durante uma reunião, por receio de ser repreendido?
Para evitar essa falta de confiança e possibilitar que as pessoas dêem o melhor de si e façam seu melhor trabalho, Ed Catmull encoraja todos a falarem a verdade - mesmo que isso seja desconfortável.
Uma das práticas é ensinar as pessoas que “YOU ARE NOT YOUR IDEA”, ou seja, você não é a suas ideias. Se você se achar parte dela, vai se ofender quando ela for criticada. É claro que os feedbacks precisam ser focados na ideia, e não na pessoa. Mas as pessoas precisam estar preparadas pra ouvir as verdades, e retrabalhar (ou desapegar completamente!) da própria ideia. Sem essa abertura, de nada adianta franqueza e a transparência.
Outro ponto é permitir que as pessoas errem. E aqui ele fala não só sobre “Fail Fast” (errar rápido) ou “aprender com os erros”. Mas também sobre os líderes admitirem seus erros - fundamental para criar um ambiente seguro para as pessoas errarem (e mais um exemplo de franqueza e honestidade).
Muitas vezes, em ambientes onde existem coisas boas, as pessoas escondem o que sentem sobre as ruins. Mas são essas as coisas que, com o tempo, afetam os times e o clima da empresa. Para construir esse clima de segurança psicológica que inspira a criatividade, é preciso franqueza e honestidade não só com relação às coisas boas (que todos contam no LinkedIn), mas também às nem tanto (que circulam só nos grupos de WhatsApp).
Recomendo a leitura, não só para profissionais de marketing ou da indústria criativa, mas pra todos que se interessam pela criação de culturas corporativas fortes e engajadoras.
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