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Cada Vez Mais Forte, Arthur C. Brooks

fernandamschmid

Você é viciado em sucesso?


“Cada Vez Mais Forte”, do professor de Harvard Arthur C. Brooks, foi um dos meus livros preferidos de 2024.


Confesso que demorei uns meses para comprar, porque estava com uma pitadinha de preconceito. Achei o subtítulo - “Como encontrar sucesso, felicidade, e propósito na segunda metade da vida.” - meio piegas. Mas li alguns reviews animadores, dei uma chance, e não me arrependi. 


Um dos melhores conceitos que ele traz no livro é, na verdade, de 1971, e foi proposto pelo psicólogo britânico Raymond Cattell. É a ideia de que as pessoas têm dois tipos de inteligência: a inteligência fluida e a inteligência cristalizada. 


A inteligência fluida é aquela relacionada à nossa habilidade de raciocinar, pensar com flexibilidade, aprender rápido e resolver novos problemas. Ela chega no auge no começo da vida adulta, quando temos o máximo de energia e buscamos o sucesso através do trabalho.  


A questão é que o sucesso chega - mas a satisfação não. Então trabalhamos mais, em busca de mais sucesso. Um dos exemplos do livro é de uma executiva internacional, super bem sucedida aos olhos de todos ao seu redor, mas que - nas suas próprias palavras: “criou uma versão de si mesma que os outros admiram”. A aprovação, os aplausos e os elogios que recebia só alimentavam seu circuito de dopamina - e ela nunca se sentia “bem-sucedida o suficiente”. 


E com o auge do sucesso, vem o medo do declínio. E é fato: a tal inteligência fluida, combustível do sucesso, começa a cair entre os 30-40 anos. 


(Essa é a hora que você para de ler, bebe meio litro de água e respira fundo porque o autor PRE-CI-SA mudar de direção).  


A boa notícia é que existe uma segunda “curva” de inteligência que, nesse mesmo momento, está em crescimento. 


É a inteligência cristalizada: a habilidade de utilizar o conhecimento que a pessoa adquiriu durante toda a vida; a “sabedoria”. E o melhor: essa não diminui até bem tarde na vida (assumindo que você se cuide, durma 8 horas por noite, pratique atividade física, etc etc etc!).


Enfim, o desafio que o autor propõe é justamente esse: a coragem de se livrar do vício no “sucesso”, e decidir saltar da primeira para a segunda curva. Isso pode significar uma mudança de setor, de carreira, voltar a estudar ou redirecionar seus conhecimentos, como por exemplo de uma posição executiva para uma posição de Conselho.


A transição entre as curvas pode ser desconfortável — como em qualquer momento de liminaridade na vida, existe o medo de perder relevância e a dificuldade de deixar o conhecido para trás. 


O segredo, segundo Brooks, está em entender que o que o trouxe até aqui não o levará para o futuro, e que o quanto antes você começar a desenvolver novas habilidades, mais seguro estará para o dar esse salto.


Vale a leitura! 


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©2024 por Fernanda M Schmid

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